Fugitivos de cadeia em Mossoró são presos pela polícia Rodoviária Federal em Marabá, no Pará
04/04/2024 14:16 em Policial

Fugitivos que escaparam de presídio federal em Mossoró (RN) são presos no Pará, após 51 dias

Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça estavam foragidos desde a madrugada da quarta-feira de cinzas; eles foram localizados em Marabá, no Pará

Por Eduardo Gonçalves O Globo 

 

Após 51 dias de fuga, os dois presos que escaparam da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foram recapturados nesta quinta-feira em Marabá, no Pará.

 

A caçada por Deibson Cabral Nascimento, de 33 anos, e Rogério da Silva Mendonça, de 36, ambos do Acre, começou na manhã da quarta-feira de cinzas, 14 de fevereiro, e seguiu até esta quinta-feira.

 

O Ministério da Justiça informou que eles foram detidos em uma ação conjunta das Polícias Federal e Rodoviária Federal.

Rogério e Deibson foram recapturados no Pará

A dupla foi interceptada na cidade de Marabá (PA), que fica a 1.600 quilômetros de Mossoró (RN).

 

Inquérito da Polícia Federal apontou que os dois receberam ajuda de uma rede de apoio mobilizada pelo Comando Vermelho, facção criminosa a qual eles eram filiados no Acre.

 

Os dois atravessaram três Estados - Ceará, Piauí e Maranhão - para chegar ao Pará.

 

Esta foi a primeira fuga registrada na história do sistema penitenciário federal

 

Em fevereiro, os dois deixaram o presídio de segurança máxima por volta das 3h da madrugada, quando teriam escalado até o teto através de um buraco aberto na luminária e, em seguida, cortado uma cerca. Durante os mais de 50 dias, a operação de buscas mobilizou equipes com cães, drones, helicópteros, reforços de policiamento nas fronteiras do estado e o acionamento da Interpol (Polícia Internacional).

 

Nos dias seguintes à fuga, foram encontrados pegadas e objetos que pertenceriam à dupla e foram usados para traçar o caminho que eles teriam percorrido. De acordo com o 2º Batalhão da Polícia Militar (2 BPM) foram localizadas duas camisas, uma rede e rastros de sapatilhas semelhantes às usadas pelos internos no presídio federal.

 

Desde que o caso veio a público, uma operação integrada envolvendo as forças de segurança federais, estaduais e até de estados vizinhos foi montada em Mossoró, com o objetivo de recuperar os foragidos. As tropas fizeram buscas na região, inclusive com uso dos helicópteros da Polícia Rodoviária Federal e do Potiguar 02, da Secretaria de Segurança Pública do estado.

 

A Polícia Federal investiga se houve facilitação na fuga. Já se sabe, por exemplo, que uma obra que vinha sendo realizada no presídio pode ter contribuído para a empreitada da dupla.

 

 

Rede de apoio

Durante o período em que estiveram foragidos, Deibson e Rogério teriam contado com uma rede de apoio do lado de fora do presídio. Pelo menos oito pessoas foram presas até hoje. Um dos detidos foi o mecânico Ronaildo Fernandes, que teria recebido R$ 5 mil em sua conta para repassar aos fugitivos.

 

Fernandes é dono de uma imóvel em Baraúna, na divisa entre Rio Grande do Norte e Ceará, onde a dupla ficou escondida por oito dias. No local, Nascimento e Mendonça se refugiaram em uma cabana montada no meio da roça e cavaram buracos para escapar da vista de drones e helicópteros. Ele alegou inocência, dizendo que foi coagido a prestar o auxílio.

 

Além das prisões, os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão nas cidades de Mossoró (RN), Quixeré (CE) e Aquiraz (CE). Os investigadores desconfiam que os foragidos tenham recebido apoio de integrantes do Comando Vermelho, que atuam na região. Um carro e armamento chegaram a ser apreendidos na residência de um dos alvos.

 

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